Eu já fui daquele tipo de pessoa impulsiva, que fazia tudo sem pensar nas reais consequencias.
É claro que muita merda foi o resultado de quase tudo, mas boas coisas também vieram.
Mas quando as coisas boas acabavam, batia o arrependimento, pois meus atos impensáveis resultavam em momentos de felicidade momentânea, que não duravam e não valiam a pena.
Depois de tanta coisa, tomei vergonha na cara e aprendi. Aprendi que a felicidade que eu sentia não era nada verdadeira, que ela mascarava os verdadeiros sentimentos: decepção, arrependimento, e até ódio.
Ódio de mim mesma por me sujeitar incessantemente milhares de vezes às mesmas situações de vergonha. Ódio por não fazer nada para mudar.
Eu dizia aos quatro ventos que eu tinha mudado e que tudo estava bem, mas não estava. Eu buscava desculpas inúteis não àqueles que me ouviam mas a mim mesma; eu não os enganava, mas sim a mim.
Nada estava bem, mas eu tentava fingir que minha vida era uma maravilha e que tudo era normal. Eu fugia do passado como o Cascão foge da água. Eu não queria encontrar o meu passado e ter que encará-lo.
Eu pensava ridicularmente que se eu olhasse somente para o futuro, e ignorasse o passado, um dia ele não ia me alcançar e tudo ia estar bem. Mas ninguém consegue fugir de seu passado; aonde quer que você vá, ele sempre estará.
É clichê, mas o meu passado me trouxe para esse momento, e sem ele, eu talvez não estivesse aqui cuspindo essas palavras.
Sim, eu as estou cuspindo. Não me interessa saber se alguém vai ler ou se vai gostar. Cansei de agradar os outros e não ser agradada.
Não posso dizer que não sou mais impulsiva e que hoje penso milimetricamente em tudo que vou fazer. Não, eu não sou fria a esse ponto.
Mas posso dizer que parei de ser uma idiota e fugir das consequencias.
Eu encarei meu passado e me sinto bem melhor.
Um comentário:
Belas palavras!
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