quarta-feira, 30 de junho de 2010

Em plena atividade funcional.

"Acordei um dia e minha casa estava cheia de soldados. Minhas irmãs choravam muito, assim como minha mãe. Meu pai havia sumido". O drama relatado por Marcelo Rubens Paiva no seu livro Feliz Ano Velho, é o mesmo que muitas famílias vivem hoje. Não é preciso ir longe para notar isso. Um simples passeio pelo interior do Brasil evidencia que a ditadura não acabou, apenas mudou de emissor. No lugar do Estado há fazendeiros e políticos influentes. Quando algo não está do seu jeito, não há barreiras para esses ditadores do século XXI. Alguém sempre tem uma historia semelhante a de Marcelo.

Em 2005, após anos de conflitos contra fazendeiros, 'finalmente' uma voz se calou: Dorothy Stang. Por desafiar interesses de "grandes figuras" do cenário paraense, a irmã foi morta. É a ditadura do século XXI, característica do poder paralelo. Assim como muitos militares da década de 60, os fazendeiros saíram imunes e ainda se auto declararam inocentes, agindo como se estivesses acima de tudo e de todos.

Paralelamente, vemos outros casos explícitos de características ditatoriais. Entra então em cena Cuba e seu regime socialista. "Ela nunca falou mal do regime político de Cuba, apenas fala do dia a dia da ilha" - relata um jornalista brasileiro sobre a blogeira e jornalista Yoani Sanchéz. Autora do livro De Cuba Com Carinho, Yoani vive uma vida de uma prisioneira política, e é impedida de sair de seu próprio país. Com mais de um bilhão de acessos diário, o blog de Yoani não é quase lido em Cuba. A liberdade de expressão é quase nula, e apesar de negarem, o Estado a vê como uma ameaça.

Seja no Brasil ou no mundo, sempre há alguém com uma história ditatorial para contar. A ditadura morreu apenas para o Estado que faz 'vista grossa' para algumas ações. Mas para quem de fato vive essa realidade, a ditadura está viva e ainda tem muitos anos de vida pela frente.




Tema: A ditadura morreu?

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